Silver Nietzsche era à toa, era loa, era prosa Era um hippie da guerrilha, beatnik, rê-bordosa Era um cara muito mala, pouca fala, spinoza Era um louco, muita droga, muita foda, cosa nostra Silver Nietzsche, certa noite, num arroubo, fez um roubo Pôs a faca em um cara, quis do banco sua senha No outro dia o mercado foi seu alvo, matou outro Silver Nietzsche costumou-se na orgia e na resenha Seus parceiros o traíram, delataram os seus planos Silver Nietzsche no presídio fez reinado, idolatrado Descobriram os seus podres, desvarios, seu passado Matara o pai, e sua mãe ele estuprara, só ligado Tinha dinheiro, tinha drogas, tinha armas e influência Conseguia na surdina dominar sua quadrilha Fez sua fuga de cinema como herói da indigência RG falso, nova cara, nova vida, na perfídia Silver Nietzsche no esquema lava o dólar no mercado Magnata tem motel, tem bordel e até um céu Elegeu seu deputado e senador, cartas marcadas Na quebrada, ele é santo, não esqueceu o seu papel Na quebrada dá remédio, dá abrigo e protege Aos PMs dá dinheiro, é amigo e Salvador Silver Nietzsche é Jesus, é a cruz e é o juiz Mas rival é só vela, é caixão e muita dor Conheceu uma menina tão criança, quis brincar Mas a moça muito medo, não quis cedo se deitar Silver Nietzsche na loucura fez a moça lhe amar E na luta com as mãos a esganou sob o luar Silver Nietzsche, Silver Nietzsche, Silver Nietzsche, Silver Nietzsche Silver Nietzsche tinha sexo e poder, tinha dinheiro Mas seu peito agonizava, dilacerava como um corte O amor não se compra, não se doma, não se manda E o poder é um veneno como o orgulho de ser forte Silver Nietzsche se matou num delírio, sem ninguém Sem amigos, sem família, sem amor, sangue no chão A chuva grita, o mundo esquece, e o tempo é o seu perdão O seu ódio não cicatriza, se eterniza no além, amém