Transpiram os lírios Nas covas profundas Onde em terras fofas e revoltas Os vermes fartar-se-ão Diante do inesperado banquete Na cerimônia fúnebre Sob o escaldante sol do meio dia, E a pouca distância dali Sabiás gorjeiam Em cerejeiras de flores alvas Que tentam esconder de nós O simbolismo Do intransponível muro da morte Nos galhos, sábios, Os solitários pássaros Persistem num canto triste À medida que tudo assistem -- sabem que o sussurro da morte Somente a eles é dado ouvir -- Mas não se prendem aos murmúrios E nem à saudade, E que as linhas dos traços E a ausencia da presença, São meras lembranças A habitar o peito do homem Até que um dia se turvem E se misturem às imagens do tempo. Sacramentado, na terra Bate-se a última pá Sob a indiferença E o displicente escarro do coveiro -se faz hora de retornarmos Para nossas casas - E nesse curto trajeto De passos lentos E feições austeras Por entre as alamedas Que se cruzam fúnebres Reverenciaremos a certeza Do nosso maior legado; - haverá um tempo que Estes mesmos pássaros Gorjearão para nós No merecido dia De nossa paz. (véio china)