La fora tá chovendo é Deus que tá chorando E eu tô aqui dentro parado pensando Ainda me lembrando da imagem do meu truta Caído na rua com um tiro na nuca Ninguém sabe o por que ninguém sabe o motivo Ele corria pelo certo, sempre foi um cara amigo Nunca foi de treta, não mexia com drogas Mas mesmo assim foi atingindo pelas costas Coitada da mãe dele ainda esta desesperada Já se passou um mês e a polícia não fez nada Não faz diferença um favelado a menos Pra eles não importa o nosso sangue escorrendo Quando eu me lembro que eu sinto mó saudade Da nossa infância sem malícia sem saudade De quando a gente joga bola na rua De baixo do Sol quente ou de baixo de chuva Aquele tempo era bom, não tinha maldade O mundo num era assim tão sujo e tão covarde Tão dizendo que mataram ele por engano Aquela maldita bala levou a vida do meu mano Borrou a letra triste de um poeta só Ocorreu no rosto pardo do profeta Verme sai da reta a lágrima de um homem vai cai No velório dele eu fiz um juramento Que ia descobrir quem foi e mandar ele pro inferno Fazer ele pagar na mesma moeda Mais um no cemitério menos um cuzão na terra Depois de alguns dias acabei descobrindo Qual foi o filho da puta que tinha feito aquilo Agora só me resta cumprir minha promessa Honrar meu juramento e matar esse comédia Nunca fui do crime, violência não é comigo Mas matar um mano meu, isso eu não admito Não quero nem saber se foi engano ou não foi Eu vou sentar o dedo vou mar não vai ter boi É assim que eu aprendi é a lei da bala Implacável e cruel não admite falhas Eu liguei a fita pro antigo truta meu E expliquei pra ele tudo que aconteceu Ele me arrumou os dois oitão que ele tinha Enchi o tambor, engatilhei e pus na cinta Vai ser essa noite não da pra escapar Eu vou pro arrebatamento e hora de matar Borrou a letra triste de um poeta só Ocorreu no rosto pardo do profeta Verme sai da reta a lágrima de um homem vai cai Já são 11 horas passei no meu barraco Peguei a minha blusa e fumei um cigarro Faço o sinal da cruz e vou pro arrebento É hora de matar, eu vou sentar o dedo Tá meio frio, tem pouca gente na rua Também não tem polícia e nenhuma viatura Tem uma lanchonete ali na rua cima Disseram pra mim que é ali que ele fica Vai ser essa noite eu vou sobrar a pedra E o certo pelo certo essa é a regra Não e a lei de homem não é a lei de Deus E só a lei da bala vingando quem morreu Mas de repente sobra no meu ouvido Uma voz dizendo pra mim não fazer isso É a voz do meu mano que tá me falando A vingança só destrói o coração ser humano Ele tem razão o que é que eu tô fazendo Isso só vai aumentar meu ódio e meu veneno Por pior que ele seja, não tenha esse direito Não sou Deus pra tirar a vida desse sujeito Eu vou pro meu barraco esquecer tudo isso Vou pedir pra Deus iluminar o meu caminho Também vou orar pela alma do meu mano Pra ele descansar em paz e continuar me vigiando E esse barulho de carro atrás de mim quem será Ae filha da puta cê queria me matar? Borrou a letra triste de um poeta só Ocorreu no rosto pardo do profeta Verme sai da reta a lágrima de um homem vai cai Borrou a letra triste de um poeta só Ocorreu no rosto pardo do profeta Verme sai da reta a lágrima de um homem vai cai