[Eko] Eis a obra mais rara do mundo Da Vinci no vídeo pintando a 60 quadros por segundo No dedo o anel de Saturno, a sua mente agora eu inundo Esse verso é só gota d'água, eu trouxe o Baikal, um lago profundo Vem! De pé igual suricate numa pradaria Onde levam nossos sonhos tipo padaria O seu PIS ou a pistola, o que sacaria? Quem não é cabelo avoa, tipo Zacarias hã Pelas ruas da quebrada eu desci, dou um salve Num moleque boca suja igual Derci Gonçalves A meta é não ser preso, ele busca ser melhor Um olho na justiça e um na grana, Serveró Big Bang social poderá ser um astro, já tem na conta Pais trabalhando demais, igual sol e a lua, nunca se encontra Só cara de bandido aqui nenhuma Barbie há O crime não é o creme, muito menos o de barbear Eu peco amor, das mãos do Eko a dor Nas linhas que te cortam ao meio tipo a do Equador Sem compressão já racha, muita pressão na caixa Novos Beatles chamam atenção na faixa [Daniel Shadow] Time pesado, plano pensado na calma Fui convocado, tô fechado com Atentado Napalm É campo minado, selva de ego, eu quero a liberdade De cantar com a alma pra quando eu for, só deixar saudade Lembrei de cada palmo que andei Às vezes, chorei e me senti só A estrada é perigosa e sem lei E quando cansei, vi que era maior Tive que crescer sem pai, não olhei pra trás Jamais vou deixar de usar minha voz, nós por nós Descansem em paz, todos guerreiros Combatem generais que escoltam dinheiro Não são tempos de paz Mira bem, bang Enquanto eles falam bem mais do que são Os nossos valem bem mais do que tem Nós ainda é alta voltagem Só vírus de alto contágio Pra valer a vinda A mensagem não vinga se o discurso é frágil Ágil na pista, vida é viagem, ponto de vista é projétil Não duvida de um sonho, moleque Amanhã é um sólo fértil No meio da neblina, um raio Cê já sabe quem é Dowsha é atitude, né... RAP é Robin Hood Não é guerra fútil pra ver quem mais curte É a revolução que ressurge, FÉ! [Gigante No Mic] Eu vou matar quem gosta de fingir Quem não se defende vai virar defunto Minha vingança vai ser um prato frio Por isso que eu tô encomendando presuntos O que não falta no RAP é cusão que fala bonito e nunca diz nada Que se foda meu palavreado Tô vendo bem poucos homens de palavra Dou aulas com ensinamentos Da pré história até o pós conceito Respeito a cultura do gueto Que soe de esquerda lutar por direitos O mundo de perna pro ar no inferno que há Num inverna pra cá Cês pode votar, eu só quero fumar, cês vão me julgar, mas eu só vim jogar Não tô falando que eu vou mudar o mundo Igual Tupac eu só falei que o mundo tem que ser mudado Cobram postura, sou só um vagabundo Eu nunca mais neguei, vamos tudo morrer culpado Caí e me levantei a queda não me deixou mágoas Fui ao fundo do poço em busca de novas aguas A corda no pescoço foi usada pra escalada Quase me enforquei mas cheguei no topo do mapa Vendo o além que é logo ali Rezando por um punch eu rogo a Ali Estilo de Mohamed, nômade eu vim Criando poesia igual um Rakim O RAP se tornou o Alcorão daqui Com a recitação de poemas assim Que Deus seja Dignificado E o significado eu entendo pra mim Sua verdade é referencial Seu herói é superficial Mas que se foda o reverencial Senhor o caralho, o Estado é tão fraco Que a força é policial [Kayuá] Motivação pras ruas Relato sonhos como conquistas Lembro das noites mal dormidas Pareciam não ser ouvidas Orações sem respostas Mas das linhas veio comida Antes de eu ser uma das apostas E me perguntam porque tão agressivo? Olha de onde eu vim pra ser diferente Ainda não vi motivo Quantas vezes fingi não ter fome por faltar o do lanche Hoje olhar meu prato cheio da a sensação de revanche Algumas noites mal dormidas mas na estrada Vivendo de faixas não de fachada, nem assunto Só onde eu piso Quem era promessa reclamando do que não é justo Enquanto eu fiz o justo aumentando o quanto custo No meio da neblina um raio Cê já sabe quem é Gigante da norte [Cachola] Me sinto atemporal no verso, escrevo sobre as rugas do universo Como se fossem as linhas do caderno onde tô imerso Enxergando a verdade enquanto os tolos tão dispersos Defronta o espaço tempo desse mundo tão perverso Mcs do além Nosso verso tem Fragmentos de pedaços do big bang Rimas e batidas se encontram que nem Planetas colidindo vindo a mais de cem Hey Stefanie, aqui Kayuá mais quem? Shadown o atentado convoco noiz vem Óculos de radiação pros irmão nós não para se prepara pra outro big bang Fei Ããã Nós é fora da nave Acabou o oxigênio e nós tava suave Eles acharam o porta mas não conseguem entrar Não tem moral com o universo Nós que tava com a chave Perdido numa ilusão Não se pode ver o tempo e nem pega na mão Não se pode ver o espaço e toca com a mão Mas continuam existindo você queria ou não Presos na dimensão da maldade Não conseguindo ver a verdade Eu me desprendo da realidade Rompendo o espaço tempo com minha sagacidade Desde a física clássica até quântica Sem a sua visão romântica e velha presa em formol PT, PSDB, partido islâmico ou interpol Nossas casas ainda giram em torno do mesmo sol [Stefanie] Chego num boom bap pesado lembrando os anos 90 Se o corpo tava parado agora já se movimenta Rap corta como faca de dois gume, te orienta Não adianta dá uma de macho se tua mãe que te sustenta Ostenta, quer menta, no seu não vai pimenta Saiba seu lugar de fala se não sabe o que uma mulher preta enfrenta Nem argumenta com seu textão Que fico sonolenta e sei que quer mesmo é chamar atenção Se não sabe nada do meu universo Cara gente branca não existe racismo reverso Muito pra esclarecer, o Egito escurecer, não tá na minha pele Se pensa em fugir, lembre da coragem de Marielle Presente, pois somos semente, não entende a dor da chibata Rima bem feita igual nó de gravata, que também mata Viva Bambaataa, Stefanie! Aperto de mão firme, me define, zéfini! [Buneco] O RAP já foi Lean Back hoje o assunto é lean e beque Din e Mac, Eu ainda toco nos pontos vitais Dim Mak Pelos campo minado, escapei da cilada Bino Vi o pó fazendo strike, ruas forradas de pino Tipo Tom Hanks vivo um náufrago, mas sobrevivi na ilha Vendo a humanidade morrer na praia igual os bebês da Síria O RAP foi o caminho, escapei de um beco sem saída Onde os sonhos custam caro, os meu tô pagando com a vida Hoje não é pra arrumar emprego que eu tô dando entrevista Vesti a camisa do RAP, normal espera que ele me vista Não foi por fama de artista, vim por minha city no mapa E quando eu for capa de revista, tu pode me julgar pela capa Cês prenderam Emicida, e agora mataram Marielle Quem é dedo na ferida, no final sempre se fere Ainda somos a mosca na sopa que o sistema repele Nós mata um leão por dia, queremos os casaco de pele Corrupção gerando ibope pra novela e seriado É o novo mecanismo usado pra te manter alienado Estado é igual banheiro público, ambiente tóxico Sentam no trono fazem merda depois dão lugar ao próximo E o povo no ócio, até o RAP ficou dócil Fim do Braggadocious assina os cheque viram sócios Eu tô ligado que negócios são negócios Mas inimigo enterrado ainda é o meu combustível fóssil Os humilhados serão exaltados Somos a voz dos excluídos O Rap é minha vida Scratch é música pros meus ouvidos