Existia um lugar no interior de algum lugar Pra ser preciso numa banda do sertão Poucos conheciam o que lá dentro acontecia Durante a noite era uma luz na escuridão Se ouviam gritos, gemidos de prazer que se perdiam na imensidão Pra alguns a porta ardente do inferno, pra outros só satisfação Sabe-se que a dona do lugar era sozinha, Sem passado nem futuro pra pensar Apenas um presente castigado, Ao mesmo tempo abençoado com meninas pra lhe dar A sensação de estar viva e de ter algo pra cuidar De ter o calor de muitos homens sempre a lhe esquentar Foi numa dessas minhas andanças que por ali eu cheguei Calor medonho, sol na testa, mas de longe eu avistei Casa velha reformada, com convite para entrar A minha sede era tamanha que eu não pude recusar No começo era tudo muito quieto Mas com o tempo todos eles começaram a chegar Da penumbra que fazia no salão Havia sempre um rosto novo que estava ali para encontrar Uma quentura diferente que outras não sabiam dar Uma aventura numa cintura e sempre o desejo de voltar Não importava o dia, a hora, a pessoa Havia sempre uma morena que estava ao seu dispor E a fama do lugar foi aumentando Mais pessoas foram chegando ao Cabaré do Santo Amor Repercutia além das serras que quem provasse do sabor Daquela fruta seria sempre seu escravo, seu eterno defensor E assim comigo aconteceu, não tive forças pra seguir Em seus cabelos cacheados, me enrolei e me perdi Num labirinto de prazeres que quem entra nunca sai Onde o real vira mentira e a paixão cega te trai