Acordei mais cedo hoje, ainda era noite Com a cabeça maquinando à milhão. Usei asfixia O efeito: Correria. Uma droga pesada, percepção Tou vendo tudo, mas a visão traz sofrimento, mano Saí então pra começar o dia Pedi a Deus abençoar, nessa cidade onde nada se sabe Ligeiro desde a hora 0. Olho aberto Não vacilo na proteção, nem mesmo e muito menos na sintonia Onde há luz, há sombra. Meu mano, cê tá ligado Poder e violência, caos São (são) São 6 horas da manhã, olho pro lado, o clima é tenso O inimigo camuflado, estou cercado Aí Vejo pessoas diferentes, sendo iguais. E de repente Eles tão vendo a minha mente. Altamente, periculosa E eu vejo a cara, Eu vejo a cara do inimigo! Enquanto a música soa, uma hipnose coletiva no ar! A ignorância busca então impor sua força! E o lixo é defendido pra contaminar! O inimigo acima da lei, fazendo a lei, pra enriquecer com o que é ilícito! Assuma qual seu lado no conflito e veja a cara do inimigo! Sufoca, coloca a corda no pescoço Provoca pânico, medo, alvoroço Tremor, terror. Invadem a mente Nos faz sentir frágeis, impotentes Seguir em frente é o nosso grande desafio Prosseguir, fogo no pavio! Acionando a ogiva, vida, vida bandida Meu rap é merthiolate na ferida! Quem é o inimigo? Quem é você? Que assombra, transtorna meu proceder Parece fácil detectar, mas não é Abala meu equilíbrio, desmonta minha fé Café da manhã, ele lá no jornal No almoço, no comentário editorial No jantar, no jornal nacional No homem de bem repleto de mal! No pensamento negativo, no arsenal do efetivo Na merenda nada nutritiva, na mentira repetitiva No agronegócio, no balanço do sócio Na fofoca da net, na boca, marionete Que repete, repercute o que o comédia incute. Cara, voz. Pensamento O inimigo é nojento. O inimigo é nojento! Enquanto a música soa, uma hipnose coletiva no ar! A ignorância busca então impor sua força! E o lixo é defendido pra contaminar! O inimigo acima da lei, fazendo a lei, pra enriquecer com o que é ilícito! Assuma qual seu lado no conflito e veja a cara do inimigo! De volta às ruas após condenação por tráfico de pensamentos Vejo armas, dinheiro, prostituição, álcool e necessidade É assim: Quem cria a miséria exibe com sobra É o comércio do erro sorrindo no seu enterro. Se liga Tentar a sorte aqui é azar. Do lado errado é a morte O sistema armado é forte, e é preciso de se organizar Tá passando o efeito, abstinência de asfixia! Já que estou com overdose, de desgosto. Que desgosto! Tido como ladrão por não ser refém Marcado aos golpes da tortura, declarado morto Ressuscitado pelo exército das ruas Asfixia: Fita pesada vicia e blinda a mente Efeitos colaterais como um nó na cabeça Onde a maioria vê riqueza, eu vejo exploração e dor O esforço do trabalhador, que ignora a dor E busca viver felicidade em cada instante Na produção asfixia social & gog Memórias profundas da plantação, do som Relatos da família na roça carpindo. Uma enxada na mão E eu vou com um microfone na mão, na missão! Plantando pra alimentar, municiar o espírito Energia que gera um soco pra revolucionar! Ondas sonoras no ar, pra inspirar, deslocar. Sintoniza a visão! E eu vejo a cara... Eu vejo a cara do inimigo! Enquanto a música soa, uma hipnose coletiva no ar! A ignorância busca então impor sua força! E o lixo é defendido pra contaminar! O inimigo acima da lei, fazendo a lei, pra enriquecer com o que é ilícito! Assuma qual seu lado no conflito e veja a cara do inimigo! Terceiro milênio. Procure não estacionar sua vida De carro e celular à prestação A dívida com a educação se a torna a chave do crime, agindo logo ali Na má escola, não há escolha Uns funcionaram, outros funcionários não Nem se ligou quem é o patrão. Né não? A armadilha do sistema na ostentação daquilo que adiante é vazio e sem valor Se até nas escolas que querem fechar não se perdoa a merenda Quem diria o professor. Do conforto do sofá pra cadeia alimentar É 1, 2. É o abismo, entre o 1% e o 99%, no esquecimento Eis então um novo pensamento. Libertação A não contaminação por tráfico de influência e cocaína Nas indas e vindas das vias aéreas. Em seus helicópteros Igrejas fundamentalistas buscam diferenças pra que odiai-vos uns aos outros Enquanto eles amam o dízimo, e acabam dizimando os mais pobres Poucos pela mudança, muitos pelo poder Setores industriais que bancam adversários iguais A privatização do que é público, é teu, é meu, é seu, é nosso. Um estado militar A riqueza natural pro privilégio de poucos. A privação e o extermínio De indígenas, quilombolas, sem teto, sem nada. Culturas em extinção Vozes de uma maioria modulada Pelos muros, câmeras, balas Que nos separam covardemente daquilo que é nosso por direito Do Brasil à faixa de gaza. De juazeiro à canudos, quixeramobim De antonio conselheiro à lampião, inspiração Tipo zapata, zumbi, omar mukhtar, malcom-x, mandela, martin, mariguela Apenas maneira, filtros de uma nova visão Que tem o povo como centro, da educação à vontade de mudar E não, gente conservadora, moralista, engedrada na mídia Que sonega imposto e deve bilhões aos cofres públicos Atropela e mata alcoolizado e ainda é a vítima Porque a justiça aqui só serve pra quem escreve a lei! A ideia é se acomodar. Não se incomodar. Em sustentar Mega corporações internacionais Em trabalhar pra pagar pela extorsão e pelo imposto Pagar pelos juros na conta pública aos bancos Estilo democracia da imposição Falsificaram a sensação da libertação pra dominação