Vou me jogar numa rede na varanda Feito criança, pernas soltas pelo ar Ver passarinhos em um grande festival Comendo os frutos já maduros, no quintal E as borboletas vão beijando cada flor Que o sol ardente, lá do alto, vem queimar Sentindo a vida se entregando nesse amor E o balanço dessa rede a me ninar Aí o canto de um canário seresteiro Vai ficar o dia inteiro se espalhando pelo ar E a molecada tão levada no terreiro E o cachorro perdigueiro, pelo chão a espreguiçar No fim da tarde, uma cigarra bem acesa Completar toda beleza que consegue enfeitiçar O grilo acorda, vai reger a sua orquestra Alegrando aquela festa da chegada do luar O tempo voa, e eu ali adormecido Tenho sonhos coloridos, tão difíceis de sonhar Aí então, o pensamento sem juízo Penso até que o paraíso é aqui nesse lugar