No alto da montanha existe Uma casinha pobre e triste Eu bem sei de quem ela é É uma casa abandonada Que era do Zé da Estrada Caboclo de boa fé Em uma noite triste e fria Uma pousada ali pedia Uma cabocla já mulher E ele que era um homem sozinho Ficou sendo dois no ninho No pobre rancho de sapé Desde então o rancho mudava E ali não habitava A tristeza e a solidão Zé da Estrada já cantava Na viola soluçava As modas do coração Mas o coitado não sabia Que o diabo ali vivia Em figura de mulher E sem dar pela ameaça Semeava a desgraça Em seu rancho de sapé Eis que passado poucos dias Apareceu na freguesia Um parque de diversão Tinha um almofadinha Que namorava as caboclinha Pra deixar sem compaixão E a mulher do Zé da Estrada Caboclinha assanhada No parque foi passear Vestida no seu vestido de chita Foi pra lá fazendo fita E o rapaz foi namorar Quando o coitado não estava A cabocla provocava O rapaz namorador Zé da Estrada não sabia O que a mulher fazia Mas depois desconfiou Foi pra casa e viu tudo Cabisbaixo, triste e mudo Só dois tiros disparou E sem medo e sem receio Arrumou seus trapo velho Foi-se embora e não voltou