A barra do poente nas ancas do pingo Empurra o domingo na volta do mês Escura pra noite, apontando a distância Que, longe, a estância se avista por vez O Baio se estende no sopro do vento Tem rumo e lamento e a roseta sonora Que gira e floreia num tranco sereno Meu mundo pequeno, estrela e espora Me vou de retorno que é dia ainda Pensando na linda que um sonho me embala Meu Baio conhece esse rumo de estrada E, às vezes, por nada, se assusta do pala Aos pouco, a querência me acha perdido Buscando um sentido na estrada que faço Nas franjas do pala, um beijo ainda trago Deixo, n'outro pago, minha linda e um abraço Aos pouco, a querência me acha perdido Buscando um sentido na estrada que faço Nas franjas do pala, um beijo ainda trago Deixei, n'outro pago, minha linda e um abraço Porque a estrada se agranda na volta Por nada, me solta e a saudade acompanha Quem sabe, em seguida, de rumo e querência Eu beba essa ausência num gole de canha E a barra do poente, lá adiante, se atora Na estrela da espora que canta suas ânsias O Baio se estende de campo e restinga Pra quem se endominga de amor e distância Pra quem se endominga de amor e distância Pra quem se endominga de amor e distância Pra quem se endominga de rumo e querência