Ontem, no cemitério Ela gritou, gritou muito Quando fecharam o caixão de seu marido Ficou histé, histé, histé, histérica Blasfemou, 'rancou cabelos Rogou a Deus que a levasse também Implorou, rasgou as roupas Se arrastou gritando entre as estátuas Que desespero! Ela tava desesperada Seu corpo inteiro tava doendo de saudade Do seu marido... do maridinho adorado Anoiteceu e ela ficou ali jogada A soluçar e quando veio a madrugada Ela saiu e foi até o Riviera E se entregou a todo homem que encontrou Hoje, ela só bebe. Nunca esqueceu a sua morte Vive nos bares e cafés dizendo a todos: "Ele morreu porque pensou, pensou demais" E ela grita, e ela blasfema E roga a Deus que leva todos também