A boiada seca Na enxada seca Segue o seco sem secar que o caminho é seco Sem sacar que o espinho É seco sem sacar que o seco é o Ser Sol Sem sacar que algum espinho seco secará E a água que sacar será um tiro seco Secará o seu destino seca Ó chuva, vem me dizer Se posso ir lá em cima pra derramar você (Ó chuva vem me dizer) Ó chuva, preste atenção Se o povo lá de cima vive na solidão Se acabar não acostumando Se acabar parado calado Se acabar baixinho chorando Se acabar meio abandonado Pode ser lágrimas de São Pedro Ou talvez de um grande amor chorando Pode ser o desabotoado céu Pode ser coco derramando A boiada seca Na enxurrada seca A trovoada seca Na enxada seca Ô chuva, vem me dizer Ô chuva, vem me dizer Ô chuva, vem me dizer Ô chuva, vem me dizer Chover, chover, chover Valei-me Ciço o que posso fazer Chover, chover Um terço pesado pra chuva descer Chover, chover Até Maria deixou de moer Chover, chover Banzo Batista, bagaço e banguê Chover, chover Cego Aderaldo peleja pra ver Chover, chover Já que meu olho cansou de chover Chover, chover Até Maria deixou de moer Chover, chover Banzo Batista, bagaço e banguê Chover, chover É só pensar em você Que muda o dia Minha alegria dá pra ver Não dá pra esconder Nem quero pensar se é certo o querer O que vou lhe dizer Um beijo seu E eu vou só pensar em você Se a chuva cai e o Sol não sai Penso em você Vontade de viver mais Em paz com o mundo e comigo Se a chuva cai e o Sol não sai Penso em você Vontade de viver mais Em paz com o mundo e comigo Dêrerere, dêrerere, dêrere, dêrere! Chove chuva Chove sem parar Chove chuva Chove sem parar Eu vou fazer uma prece Pra Deus, nosso Senhor Pra chuva não parar De molhar o meu pequeno amor Que é muito lindo É mais que o infinito É puro e belo Inocente como a flor Por favor, chova pra mim E molhe mais O meu amor assim Por favor, chova pra mim E molhe mais O meu amor assim Chove chuva Chove sem parar Chove chuva Chove sem parar