Passarinho preso na gaiola Quando canta, ai, me assola Pois bem sei Não é moda de viola Nem é jongo Nem é chula O seu canto me machuca Entristece e desola Pois bem sei Que lugar de passarinho É no céu ou é no ninho Ou no galho o seu trabalho De florir os santuários Com o som imaginário Do seu corpo pequenino Canta, canta o passarinho Ai! Voa livre pelo ar Seu trinado, seu gorjeio Esvazia o que está cheio Dá leveza ao meu pesar