Não se escolhe a quem se ama O que me fala é o que me cala O que arde é o que me cura O que entristece me consola Muito além do destino Ninguém é assim tão sozinho Eu acerto quando erro E me solto quando amarro Quando caço viro presa Poesia, por acaso Vivo sonhando acordado E os sinais foram todos trocados Se vivo mais de quem me queima Tanta lenha o fogo arde O que me mata, me defende Do contexto, que esmaga Não há só um caminho Caminhar é que faz o destino (Na memória do presente) (O futuro e o passado) (São por si inexistentes) (No vazio do espaço) E se as coisas são mais fortes Do que as idéias são capazes Te defino, tu me foges Meu desejo é de aço Sem sentido algum Nada é assim tão comum Não há mais tempo Só o que inventa o momento