Meus olhos ficavam rasos d’água A seca minha alma castigava O sol queimava e rachava o chão Os carcarás pousavam no sertão Cresci sonhando renovar os sonhos Revitalizar a vida Que se equilibra sobre a palafita Dar pra gente mais sofrida Dignidade e amor Pra essa gente aguerrida Dignidade, amor Acordei o campo para um novo dia Com o futuro santo, lindos ideais Acordei o campo pra haver justiça Flora esperança nos canaviais Carinhosamente... Pai arraia No lugar onde arrecifes desenham a praia Acolhi um movimento, real solução Mais do que alento, a cura dos ais Liberdade se conquista com educação Juntando artistas e intelectuais Pra fazer a cartilha no cordel Ensinar do abc à profissão E buscar na arte a inspiração Tão bom cantarolar Me emocionar, estar aqui Pra ver na avenida O valor da verdadeira vila De gente humilde que defende a tradição no seu lugar Um movimento de cultura popular Vem sambar no frevo e na ciranda Silenciar jamais!!! Até o galo da madrugada Se entregou à batucada Misturando carnavais