Meu centenário vou comemorar Esse é o povo que me consagrou Imperiano, volte ao seu lugar vencedor Hoje, num relicário vivo na memória Serrinha, é um encanto a sua história Talvez a mais bela de uma favela Pois foi assim que meus avós contaram No meio do mato Passava noite e vinha dia O negro fez do morro moradia Pedindo ao rei banto proteção, saúde Como nos bons tempos de além-mar Com água na cachoeira E ouvindo pássaros a cantar O jongo me chamou, eu louvei maria E no toque do tambor tem magia Veio gente da estiva, da resistência também Todo mundo chegou no balanço do trem Ô, ô, tinha samba na rua Tem o bloco da lua Era carnaval Foi com prazer que eu desci a serrinha Numa noite dourada, num sonho real Estava nascendo o império serrano Reizinho do meu lugar Pro santo guerreiro abençoar Quando parti, de longe eu vi mudar Tudo se modernizar É a evolução A brisa que afaga a juventude Com charme e negritude Mas a arte se eternizou Nos baluartes que mostraram seu valor