Eu vou me imbora, pra Minas Gerais agora. Eu vou pela estrada a fora, tocando meu candongueiro, oi. Eu sou de Angola, bisneto de quilombola Não tive e não tenho escola, mas tenho meu candongueiro. No cativeiro, quando estava capiongo, meu avô cantava jongo, pra poder segurar, oi. A escravaria quando ouvia o candongueiro, Vinha logo pro terreiro, para saracotear Meu candongueiro, bate jongo dia e noite. Só não bate quando o açoite quer mandar ele bater, oi Também não bate, quando seu dinheiro manda, isto aqui não é quitanda pra pagar e receber. Meu candongueiro tem mania de demanda. Quem não é da minha banda, pode logo debandar, oi. Pra vir comigo tem que ser bom companheiro, ser sincero e verdadeiro, pra poder me acompanhar