Uma casinha branca no pé da serra Rodeada de jasmineiros e orquídeas em flor No fundo um mato fechado de primaveras Recanto que é o paraíso de um cantador Na frente um João barreiro fez sua casa Talvez porque também sofra da mesma dor Mas leva a liberdade sobre suas asas E voa pra ir buscar o seu amor Vai, João barreiro Vai por onde for Me deixa aqui, sozinho Eu abraçado no pinho Cantando pra espantar a dor Um riacho de água corrente e cristalina Que se encontra ali adiante no ribeirão Bebe a angústia da tarde que se termina No silêncio, tão vazio, de um estradão Até o simples rangido de um carro de boi Já é motivo da dor desse meu coração Que guarda uma saudade de quem se foi Deixando esta tristeza e a solidão Vai, João barreiro Vai lá, dizer a ela Que estou sofrendo de dor Sentindo a falta do amor Dos beijos e abraços dela