Oh, aqui não passa furacão Aqui uma outra narração E ainda como diz galvão Haja coração, amigo Aqui não é show do milhão Te remeto a questão Liberdade ou opção? Tenho noção do perigo Eu quero a febre do rato Em ato, poesia e grito, gato É grana assegurada Nesse monte de artigo, lato É um mero aglomerado Meio cego e sem o tato Eu sinto o cheiro do ralo Num vade mecum antigo Hipotético e distópicos Esses tópicos são míticos Patéticos, sintéticos Pouco éticos: um lixo Eu enguiço, embaço Comigo vocês não passam Sei que além de cidadão kane Vem quanto vale ou é por kg Sempre andando tranquilo, de tudo que Passo, retiro o extrato Eu sigo homem coletivo, buscando lazer e Comida no prato Eu viro a cabeça pro lado, coloco minha capa Guardada no bolso Ligado naquilo que falo, com aquilo que vivo E aquilo que ouço Eu digo vai Vira e mexe, nada muda Crianças dormem na rua Mas nenhuma tá em cuba Então vai Democracia e ditadura Mede sua liberdade Frente grana e viatura Então vai É teu direito, tua frescura Tua empresa, empregados E um filho na fissura Então cai Tu e tua falsa postura Não precisa fazer pose Pois pobre cê não atura Tento ser humano Mas ser o mano solidário Sem horário, mas sem o tempo Sendo só o necessário Convivo em sociedade Ser gentil sem honorários Empresários, deputados Sabotando nosso erário Atmosfera tá pesada Cabeça ta virada, para Olha no espelho, se Retrata com tua cara, cara Com a derrota, a bota Na estrada, rala, rara A minha sorte, solta Segue sendo a saga, veja Pobre só desgosto O triste rosto, e o rico chefe Faz salário pão com ovo Põe na meia o big mac Deixando a gente no "f" Gastando dinheiro vivo Denuncio por que sou do rap Denuncio por que leio livro Então Pros sem tetos, abrigo Pros sem terras, a lavoura Pra quem critica as cotas Uma pia cheia de louça Pra todo mundo o ouro Que não seja o de tolo Pras formigas, pedaço de bolo Ou pedaço de terra roxa Então vai Vira e mexe, nada muda Crianças dormem na rua Mas nenhuma tá em cuba Então vai Democracia e ditadura Mede sua liberdade Frente grana e viatura Entao vai É teu direito, tua frescura Tua empresa, empregados E um filho na fissura Então cai Tu e tua falsa postura Não precisa fazer pose Pois pobre cê não atura Faço essa reflexão o que São reflexos do agora? Roupa, carro, self's, ego Estereótipos da moda Oh, tipo, tá foda Não tô perplexo, atônito Em tona ou em pauta O estado anda irônico Oh, prima do medo Eu sou carteiro, eu sou poeta Eu não mexo com essas rés Eu sou o terno de aba reta Eu sou a linha direta Do chui-ao-oiapoque do Pal à pique ao reboque Sou completo, nunca beta Pelas quedas categóricas Históricas e fáticas Me resta a dialética Me resta minha tática Que é clara nunca tácita Sem formas matemáticas Histórias são escolhas Que passaram pela prática Reveja o seu pensamento, pois tanto egoísmo Uma hora te trai, pai Afasta de mim a biqueira, só quero sossego Só isso que sei, ei É tanta competição, que isso nada te soma Isso só subtrai, ai Vejo futuro chegando, e repito Vai cai o rei Então vai Vem e fala que não muda Crianças dormem na rua Mas nenhuma tá em cuba Então vai Democracia e ditadura Mede sua liberdade Frente grana e viatura Entao vai É teu direito, tua frescura Tua empresa, empregados E um filho na fissura Então cai Tu e tua falsa postura Não precisa fazer pose Pois pobre cê não atura