Só resta saudade da velha fazendo Dos bichos domésticos tão apreciados Lagos com peixes que sempre pescava Das lindas veredas onde eu cavalgava Botinas de couro casaco de pele Puído e manchados pelo o suor Um traje sem brilho usado nas trilhas Em noite de frio, na chuva e no sol E lá ia eu e o meu cavalo Ia torto na cela com os meus apetrecho Vender na corrutela E lá ia eu e o meu cavalo Eu e meus apetrechos Ele e a rédea no queixo Rumo a corrutela Meu cavalo arava eu platava e colhia Enchia a dispensa e o resto eu vendia Eu criava os meus bichos soltos no mato Meu cachorro pacato que tão pouco latia Até que um dia esse tal de progresso Com fama e sucesso apareceu por lá Construindo usina alagando tudo Desfez o meu mundo tomou meu lagar E aqui estou eu sem o meu cavalo Sem o meu tesouro adereços de couro Sem as minhas terras, sem meus animais E aqui estou eu sem o meu cavalo Eu não vivo mais disso Eu não crio os meus bichos E nem planto mais