António Pelarigo

Carmencita

António Pelarigo


Chamava-se Carmencita
A cigana mais bonita
Do que um sonho, uma visão
Diziam que era a cigana
Mais linda da caravana
Mas não tinha coração

Os afagos e carinhos
Perdeu-os pelos caminhos
Sem nunca os ter conhecido
Andou buscando aventura
Como quem anda à procura
Dum grão de areia perdido

Numa noite de luar
Ouvira-se o galopar
De dois cavalos fugindo
Carmencita, a linda graça
Renegando a sua raça
Foi atrás dum sonho lindo

Só esta canção magoada
Se envolve no pó da estrada
Por onde passa a caravana
Carmencita, Carmencita
Se não fosses tão bonita
Serias sempre cigana