De chapéu-de-sol aberto Pelas ruas eu vou. Eu vou e venho pra onde, Não sei. Só sei que carrego alegria Pra dar e vender. Espero o ano inteiro Até chegar fevereiro Para ouvir o clarim clarinar E a alegria chegar. Essa alegria que vem em mim Parece que não terá fim. Mas, se um dia o frevo acabar, Juro que vou chorar. Oh! bela Você diz que ela é bela, Ela é bela, sim senhor. Porém poderia ser mais bela Se ela tivesse o meu amor. Bela é toda natureza, oh! bela, Bela é tudo que é belo. O perfume de uma rosa, O sorriso da criança, O que fica na lembrança. Bela é ver o passarinho, oh! bela, Indo em busca do seu ninho, oh! bela. Todo mundo se amando Com amor e com carinho Uns chorando e outros sorrindo de amor. Cala a boca, menino Ouvi dizer que numa mulher Não se bate nem com uma flor. Loura ou morena não importa a cor, Não se bate nem com uma flor. Já se acabou o tempo Que a mulher só dizia então: Xô galinha! Cala a boca, menino! Ai, ai, não me dê mais não! Frevo e ciranda Eu fui pra praia do janga Pra ver a ciranda no seu cirandar. O mar estava tão belo E um peixe amarelo eu vi navegar. Não era peixe, não era, Era yemanjá, rainha, Dançando a ciranda, ciranda, No seu cirandar. Trombone de prata Ouvi dizer que o mundo vai-se acabar, Que tudo vai pra cucuia, O sol não mais brilhará. Mas se me derem Um bombo e uma mulata, E um trombone de prata, O frevo bom viverá. Pode acabar a vergonha, Pode acabar o petróleo Pode acabar tudo enfim, Mas deixem o frevo pra mim.