Sumaúma grande Brotou curumim. Ave miúda Nasceu passarim. Sangue fulniô, Pegadas toré, Um arco no corpo, A flecha mané. Fogo na galera Delira aplaudir, Um anjo torto Barroco a sorrir. Garrincha no nome, Nas pernas garruchas, No chute um morteiro, Um canhão de buchas. Um deus nos estádios Abrindo as retrancas, Um desengonçado Que as redes balança. Mandinga, catimba, A lógica, a tática, De nada valiam Para as pernas mágicas. Mais um gol de letra, De placa, um golaço, A bola o adora E corre pro abraço. Malasartes do jogo Driblando zagueiros, Um bobo pra corte, Um herói brasileiro. Sem maracanã, Sem drible na área, Na noite sem grito Estrela solitária. Partiu, foi morar Na constelação, Deixou pátria órfã, Sem circo a nação.