À benção, negritude de Ngola! Herança dos meus ancestrais Com ela eu ergui a minha história Das glórias de quem luta pela paz Eu sou Nzinga, valente e guerreira! A cultuar a natureza É Kiluanje o meu sangue De além mar com sanha de riqueza Aportou a invasão Cobiçando o brilho desse chão Mistério que levou o meu irmão Fui a resistência e a voz dessa nação Bate o tambor, meu império chegou De ndongo e matamba a soberania Clareia, meu luar, clareia Que a bateria sangue verde arrepia Aos inimigos foi proposta aliança Firmei tratados e o comércio prosperou Se eu rezei e agradei os lusitanos Tolo mesmo é quem acreditou Usei da subversão Além de rainha, no harém fui o rei Travei batalhas ao lado do povo Oh como eu lutei! Vou viver onde houver esperança em cada olhar No estandarte colorido da congada Na liberdade de um grito a ecoar Pois o meu nome se fez imortal Sou Ginga Rainha no seu carnaval Quero ver segurar a Uva Na força do samba, na raça e no amor Meu sangue africano não foge à luta E o povo do Império se faz vencedor