Antônio Marcos

Sombras de Veludo

Antônio Marcos


Vanusa:

Na cidade grande
Um prédio cresce em cada esquina,
Feito de concreto, ele alucina,
Esconde o céu e o sol,
Esconde até o coração,
Escuro e frio, ele invade o chão!
Estes edifícios na cidade 
São os homens,
Todos coloridos e poetas,
E eu calado e tonto
Sou apenas um qualquer:

//Sombras de veludo
Vão dizendo tudo,
Que eu não sei dizer!// (4 x)

Na cidade grande
Existe sempre uma vitrine,
Onde se despejam as vaidades
E o sonho a qualquer preço,
A todo preço, uma ilusão,
Na rua a vida é uma liquidação!
Todas as vitrines 
Da cidade me comovem,
Todas as pessoas nas vitrines
São felizes,
E eu calado e tonto,
Sou apenas um qualquer:

//Sombras de veludo
Vão dizendo tudo,
Que eu não sei dizer!// (8 x)