Que vida é essa que levo Arranchado num galpão Sem pai, sem filho ou irmão Que me console ao chorar Cresci ouvindo cantar Nas rodas das pulperias O meu garbo e valentia Sempre fiel ao patrão Fui ginete preferido Em toda a redondeza Até pensei em nobreza Por sempre montar melhor Não sabia que o pior Viria de um redomão E que toda a valentia Tem o limite no chão Bandeiras vou levantar Ao lado do cantador Por certo meu fiador Nessa causa por justiça Que fará do festival Parlatório de conquista Eu quero que toda a rima Cantada no palco em verso Denuncie o retrocesso Desta lida galponeira Levantando uma trincheira Contra os senhores feudais Porque eu não quero o rio grande Com as roupas velhas do pai