Lá no mourão esquerdo da porteira, Onde encontrei você pra despedir, Uma lembrança minha derradeira E um versinho que nele escrevi... Você às vezes passa esbarrando nele E a porteira bate pra avisar Você não lembra que sinal é aquele, E nem sequer se lembra de olhar... Aqui tão longe, pego na viola E aquele verso começo a cantar Uma saudade é a dor que não consola, Quanto mais dói, a gente quer lembrar... No dia que doer seu coração, Sentirá a dor que também senti, Você, chorando, passa no mourão E lê os versos que nele escrevi... Você talvez não sabe o que é saudade, Uma lembrança você nunca sentiu Pois de esquecer às vezes tinha vontade, Esta vontade o meu peito feriu...