Oh carnaval, tu és a minha loucura Onde tenho a liberdade de expressar minha bravura Em meio a tanta opressão sofrida, meu ancestral lutador Hoje se faz presente pra cantar a sua dor Lembrando que um dia, no arroubo do invasor As suas mãos feridas por afagar o seu senhor Serviam também como forma de louvor Tantos séculos passados, hoje somos sambeiros Descendentes de guerreiros e sambamos a liberdade Nos vestindo de um sonho que outrora foi realidade Vamos sambar, camarada Vamos sambar! A liberdade até o dia clarear Nas ruas a conclamar a voz de uma nação De braços dados defendendo a união Nesse mesmo cenário tão rico e por vezes tão hostil O brado da ditadura ecoou se fez forte Mas não nos calou Muitos poetas feridos tentando apagar o terror que a tirania assistiu Oh liberdade! Tão sonhada e tão cantada nos dê a sua mão Vamos alternativar a nossa sociedade Construindo uma nova realidade Diretas Já! Gritava a plateia ensandecida Por um novo ideal que unissem nossas vidas Nossos corações aprendizes não mais suportavam Essa intransigente repressão Queríamos viver por nossas próprias mãos Sem grilhões e sem amarras, sem cobrir as nossas caras, eis a intenção Até que um dia despontou um grande homem Que nos iria transportar à realidade tão sonhada E nessa mesma ação, em meio a sua eleição O Brasil poderia cantar Olerê, olerê, olará, olará Essa luta é do povo E não só pra quem se diz, pro dia nascer feliz