O Fim do Salão do Serafim Esses dias eu fui a um baile Na nossa Vila Jardim A farra estava boa Era doce e amendoim Botei um facão na cinta Meu revólver de marfim Peguei oitenta cartuchos Fui trajado de gaúcho Com a bombacha de brim Quando cheguei em casa Chamei o velho Joaquim Que era o dono do baile A festança não tinha fim O velho veio gritando Hoje tu não dança assim Aí que eu entrei pra sala Já também furei à bala O Salão do Serafim Quando eu entrei no salão Já começou a pauleira Era facão que relampeava Trinta e oito e carneadeira Eu fui rebentando mesa Quebrei lampião e cadeira Deixei o salão marcado Já foi descendo o telhado E pegou fogo na cunheira O povo que ali estava Correram pra capoeira Fiquei sozinho na sala Terminou-se a brincadeira O Salão do Serafim, virado numa fogueira Pois deixa que o povo fale Mas mostrei o quanto vale O Antoninho da Fronteira