Sei qualquer razão Que o tempo tem Que o sentimento Há de vir sem querer Que venha Há de, assim, suspender O ar Em cada passo Em cada abraço Há pouco espaço à solidão Coisa de aventura Coisa de loucura Nem lá, nem cá Não sei Aconteceu De ser assim Que um fim-de-tarde Há de vir sem querer Que venha Há de, assim, suspender O ar Um coração Que nunca para Não repara a solidão Coisa de criança Coisa da lembrança Nem cá, nem lá Sei não Sombra, o caramanchão Poeira e cal Águas de igarapé A rede, o sal Noites de lampião O vento, o mar Frevo em Tamandaré E o tempo vai Hoje, ao cair do dia Quase não me valia A mim a vida mais Hoje, talvez eu veja Tudo que eu mais desejo É sempre amar demais