Seu fascínio nunca se prendeu no chão E se voltou para as coisas sem explicação O sol sempre lhe foi motivo Para gastar tardes a fio Deixando a mente voar alto E se desfazer em sonhos rarefeitos Qual poderia ser a solução Para tão grandiosa ambição? Ícaro sonhava em voar Pr'onde quer que o vento o levar E as chamas que refletem no céu Anunciam a queda deste véu Tudo o que queria sofia Era entender o que ela via Essa eterna sensação De estarmos sempre em outras mãos E quem és ela pra dizer As razões de nosso viver A estrada que vamos seguir As paixões que ainda hão de vir Sofia então amou o sol Na sua imensidão vazia E consternada se calou Diante tamanhas maravilhas "E assim como as folhas de outono Em sua plena efemeridade Não aceito nosso destino Nem entendo sua complexidade" Filhos de apolo perdidos em terras Onde não se entende essa urgência Nos salões de baco eles se encontraram E viram no outro o que procuravam Eles se olharam Em meio às vestes Que lhes cobriam Que lhes despiam As mãos se tocaram Lábios esboçaram O mesmo sorriso Não mais indeciso Ícaro e sofia dançaram a noite inteira Ele ainda vestia as suas asas de cera Ela o fez voar alto mas não queimou suas asas E disse que entendia a estrela que os fascinava E o vinho entorpecia qualquer outro sentimento Calou em suas almas aquele imenso tormento De compreender a nossa vida, Ou apenas planar sobre o vento