Sobes toda noite no palco daquele teatro Não queres que te acompanhe, bem sei Misturados com os gritos da platéia Meus aplausos da coxia nem podes perceber Muito sorridente toda vez que sobe o pano A mágoa no teu rosto é disfarçada Provocas riso, arrepio Choro e até desvario Inveja na lua que te assistiu Bailarina, tu que tens a noite como palco Eu te vejo e me alimento de ilusão Saltimbanco, nas calçadas, vivo a vida Esperando num olhar teu perdão Fico muito triste no meu mundo, sei fingir, Quando fitas outros olhos, não os meus Enceno que sou feliz Então a lua me diz Que maltrata um coração que te perdeu Sobes toda noite no palco daquele teatro