Anna Netrebko

È strano! - Ah, fors'è lui

Anna Netrebko


È strano! è strano!
In core scolpiti ho quegli accenti!
Saria per me scentura un serio amore?
Che risolvi, o turbata anima mia?
Null´uomo ancora t´accendeva
Oh, gioia
chío non conobbi, 
esser amata amando!
E sdegnarla poss'io
per l´aride follie del viver mio?

Ah, fors´è lui che l'anima
sloinga ne´tumulti
godea sovente pingere
de´ suoi colori occulti.
Lui, che modesto e vigilie
all'egre soglie ascese,
destandomi all´amor!

A quell´amor ch´è palpito
dell´universo intero,
misterioso, altero,
croce e delizia al cor.

Follie! Delirio vano è questo!
Povera donna, sola, abbandonata
in questo popoloso deserto
che appellano Parigi,
che spero or più? Che far degg´io?
Gioire!
Di vollutá ne´vortici perir!
Gioir!

É estranho! É estranho!
No meu coração estão esculpidas estas afirmações!
Seria uma desventura um sério amor?
O que resolves, meu perturbado espírito?
Nenhum homem ainda te conquistaste
Oh, alegria
Que não conheci
Ser amada e amar!
E desdenhar posso eu
Por minha árida vida de prazer?

Ah, talvez seja ele que a minha alma
Sozinha em tumultuo
Gosta de imaginar pintando
Em suas cores ocultas
Ele, que modesto e vigilante
Alegrou minha tristeza
Acordando-me ao amor!

A este amor que é pulso
Do universo inteiro
Misterioso, inatingível
Cruz e delícia ao coração

Alegria! Que delírio vão foi este!
Pobre mulher, sozinha, abandonada
Neste populoso deserto
Que se chama Paris
O que espero ainda? Que fazer devo eu?
Gloria!
Livre e sem rumo morrer!
Gloria!