Eu trago em mim, latente, um verso mudo Que dilacera e sangra, mas não grita Perfura minha garganta, sobreagudo Sem eco e que lá dentro regurgita Carrego uma dor que, sem remédio Atravessa-me o peito em vil tormento Preenche minha alma em assédio Transfigura-me em abafamento Vem e toma conta do meu senso Amolda o universo como eu penso E faz a fantasia florescer