Da silente mataria Vem um lamento que ecoa, É o velho Rio da Várzea Pedindo ajuda às pessoas... Outrora tão caudaloso, Obra-prima da querência, Vai sucumbindo aos poucos Pela falta de consciência. Vejo um rio agonizando Na escassez das enchentes Sobrevivendo de lagrimas Que brotam de suas nascentes. No meu "flete de taquara", Fui bombeador nos pesqueiros. Sentinela Guarani Do meu rio Missioneiro. A bênção meu Santo Antônio, Venho pedir proteção Pra meu velho Rio da Várzea, Manancial do meu rincão. Quantas vezes confessei-te Sentimentos que eram meus E, em tuas correntes, levaste Segredos tão meus e teus. No espelho de tuas águas, Vi meu destino de piá, Fisguei sonhos e bonanças Em linhadas de jundiá. Quero mostrar aos meus filhos O rio que me viu crescer E, na calma de teu remanso, Ver um novo amanhecer. E uma esperança-menina Acenando nas barrancas, E vida brotando vida Nas águas de espumas brancas.