Moça do cabelo enrolado Do olhar esverdeado Dos lábios de maçã... Moça, teu beijo é pecado Mas meu lábio foi condenado A viver nesse afã Moça, eu sei que queres segredo Sobre todo o enredo Que estamos a compor Mas, moça, é um engano ledo Achar que o medo É guardião do amor... Espelho, espelho meu O meu corpo no teu É um conto de duas fadas Espelho, espelho meu Só me alimenta o mel da maçã envenenada Moça, não tenho encanto Nem reino nem santo Pra brincar de perfeição Tenho apenas um canto Imune a todo quebranto E a toda caça ao coração Abraça o teu riso e não solta Revira o mundo e revolta Que vou te acompanhar. Deixa que a paz nos escolta Nesse caminho sem volta Que não se pode trilhar. Deixa que a paz nos escolta Nesse caminho sem volta... E quem precisa voltar? Espelho, espelho meu O meu corpo no teu É um conto de duas fadas Espelho, espelho meu Só me alimenta o mel da maçã envenenada Espelho, espelho meu O meu corpo no teu É um conto de duas fadas Espelho, espelho meu Sequer sinto o fel da maçã envenenada Ninguém precisa do conselho da serpente Que ainda ousa trocar amor por força Não sou santa, puta ou ventre pertencente Sou só uma moça que gosta de outra moça...