Oscilando entre ser deus e ser o nada Onde te encontras, Eduarda? Nas palavras que tiras da minha boca ou na horas que me deixas sem palavras? Estás presa no teu medo de ser louca Ou estás livre quando as drogas te dão asas? Transitando entre o excesso e a carência Onde está, Eduarda, tua essência? Na excelência ilusória do teu ego Ou na ânsia contínua da obsessão? Está guiada pelas Pedras por um cego Ou se desfaz diante de toda afirmação? Não queiras juntar teu vazio ao meu, Não queiras afogar meu pranto no teu, Não me peças para ofuscar o que nunca se esqueceu, Não abras mão de si para ter o meu eu A esmola que dás só oculta tua miséria O orgulho que tens só mascara a fraqueza Não tentes fingir que a intenção é etérea Quando te importa mais em mostrar que aprender com a tristeza O amor que sentes é pela dor que cultivas É pelo ato de amar, pelo fim do vazio Não queira, Eduarda, sentir-se mais viva Se te entorpeces toda vez que a calma está por um fio Eu tento te ajudar, mas nós somos iguais E me lembro de quando era eu A gritar por silêncio A guerrear pra ter paz Eu tento te ajudar, mas nós somos iguais E me lembro de quando era eu A gritar minhas guerras Por pensar demais