Lembro da gente cantando novos baianos Na praça do Campo Grande No porto da Barra Atrás do TCA Num beco do Pelô Vivendo as vielas de Salvador E quando ia a Juazeiro Lembrar de Galvão, de João Com seu levitar arisco Correndo o risco De toda palavra ser pedaço do sertão Na chapada diamantina Lençóis, serras e são João E em cada canto uma cidadezinha Um novo horizonte entre montes na imensidão Que a Bahia é grande Mas o mundo é pequeno Rezei prum samba de roda no recôncavo Cruz das Almas, Santo Amaro, Irará Quem irá negar, quem irá Que onde quer que vá Ouvirá o silabar tônico De um baiano cantando Vejo que a Bahia é um estado de espírito E há tantas metamorfoses Tantos aboios líricos Passando pela beira De um mar sem estribeira Porto ambulante nunca mais quer voltar Em Vitória da Conquista Passei pelas brenhas de Elomar Vi o gado fazer ópera E um vento trouxe o silêncio das Minas Pra arrudiar a melodia do luar Que a Bahia é Grande Mas o mundo é pequeno E eu sou de Campo Formoso Mas faço Bahias em Todo lugar Meu verso sempre passa por lá Lá tem sisal, esmeralda, umbu, siriguela, Santo Antônio com Forró Lá tem Mulungu, Limoeiro, Vanvana, Riachão, Tiquará, Socotó E um outro jeito de falar Que a Bahia é grande Mas o mundo é pequeno