As disparidades entre cidade e sertão São iguais à luz de poste e lampião Corpos diferentes que servem para iluminar Cidade e sertão, chegam juntas pra somar Cidade é um, admirável mundo novo? Onde grandes monumentos são erguidos como um jorro Que espalham que dispersam, e que se tornam estorvo Sobre os ombros frágeis e franzinos do povo Vão se aproximando, cidade e sertão O povo chora o povo luta e leva no coração A esperança de um dia ver sua nação Com igualdade para todos, sem objeção Cidade e sertão, não existe detrimento Não é pelo sotaque que se faz um julgamento O amor é o mais importante, dos mandamentos Não importando o lugar, do seu nascimento As desigualdades, as desigualdades As desigualdades Nos tornam essenciais, nos tornam especiais As desigualdades, as desigualdades As desigualdades Nos levam à distancias abismais Sertão é um lugar tão bonito de se ver Não é só mazelas como passa nas TVs É lindo quando o sol surge ao amanhecer Tão estrelado é o céu, ao anoitecer A cidade não é uma vitrine pra turistas A beleza vem com muita luta são conquistas O sol surge por entre arranha-céus E a noite é banhada a neons com povaréu Sertão tem um povo que é trabalhador Que não reclama da sina de ser o detentor De parte do sustento e da comida na mesa do país E mesmo faltando o básico ele diz que é feliz Na cidade o povo, trabalha duro Condução lotada, amadurecimento prematuro O operário, o pequeno empresário O tijolo é o sacrário dessa torre que nos levará ao futuro