Falta de sorte e de sossego Não me interessa, não tenho tempo País dos pais que já morreram Hasteados na bandeira Portas fechadas, mente trancada Jardim doente na madrugada Do prisioneiro que foi jurado E do resto que foi queimado Somos acerto sem perdão Mas ainda temos coração... Pátria calada idolatrada Nó na face ensangüentada Força e dor, território dividido Mão no peito pra se dizer arrependido Espelho sincero, engano santo Podemos ser silêncio e canto Esperado sono para os cansados Estranho mundo para os não amados Olho pro nada e quase o vejo Primeiro medo, último beijo Um beijo doce que não tem gosto Amargo mistério cuspido no rosto Sou de um lugar, um campo minado Onde a vítima é sempre o derrotado Vou dando fora pra estar perto Ficar sozinho pra estar certo O que eu falei não tem sentido Eu sou apenas um anjo ferido...