Serei a trança do laço que enfeita a anca do pingo A rastra meio curtume das volteadas de domingo Estarei no encontro do mouro no feitio de uma peiteira Num reiador macanudo nos estalos da soiteira Serei o aperto da cincha, no latego e travessão Um tirador fachudaço pra escorar os ‘tirão’ Na firmeza de um buçal que ajuda o domador Virei desde a cabeçada, da cedeira ao fiador Virei na forma de um basto Moldando o lombo do mouro A cada armada serrada Que prenuncia o estouro Em cada naco de couro Cumprindo o ciclo da vida Assim me vou deste mundo Pra renascer para a lida Serei o tento da espora, estrela perdida do céu A forma de um barbicacho que sustenta algum chapéu Virei no estilo campeiro do aperto de um bocal Numa maneia de trava que dobra qualquer bagual Serei os pares de rédeas que faz do potro, cavalo O velho ritual sulino que Deus me deu por regalo Na rudeza de um sovéu, ali estarei torcido Três tiras formando um só pra não se dar por vencido