Quando o dia vem clareando Nos clarins da algazarra Dum galo que diz cantando Que o Sol espia nas barras De espora atada, já ando Prontito pra apertá as garras Me agrada a imagem da forma Que emoldura a cavalhada Atenta ao ritual das normas Quando aos gritos da peonada Um quadro vivo, se torna Junto a hora da pegada O capataz, comandante Que ordena com voz buenacha Por campeiro, sempre adiante Da lida que desempacha Sabe da força constante Dum esquadrão de bombacha A cachorrada faz festa Na saída do galpão Qual um costado que empresta O sentido da obrigação De aba batida na testa E gracias com o chapéu na mão Nos arreios dum mensual Pra todo o mal, tem a cura Atento a qualquer sinal Anjo-guardião das planuras Um curandeiro bagual Com o laço e benzeduras Nos arreios dum mensual O que é preciso, se encontra Pra cura de qualquer mal Que o campo vasto confronta Além da reza habitual Que o mais vaqueano tem pronta É assim que a lida se faz E o tempo segue firmando Pra que não fique pra trás Quem já anda camperiando Com as ordens do capataz Quando o dia vem clareando