Entre os alambrados da estância se alarga um “camino viejo” Que gambeteando encontra os campos lá do fundo Cruza picadas de mato, zombeteando camoatins Num veranico de maio bem aqui ao sul do mundo Vai “tiflando” ao tranco Don Lucidio mui gaúcho Leva nos tentos a raça dos avós, sobre o cavalo Conhece a palmo os campos de trevos daquela estância Banhados, grotas, vertentes, peráus e capões de mato A cachorrada barbuda vai na escolta do tordilho Que é uma tronquera de pingo, tranco largo e parelho Trocando orelha pra o vento que deita o macegal Lembra a estampa de um bagual de crina redemoneando Bem mais adiante sujeita pra junto do umbu antigo Corre as varas da porteira da invernada lá do fundo Enrola um “pucho” com calma pra “enterte” a solidão Se emoldurando num quadro, postal de gaúcho e pingo Rodeio grande parado no alto do coxilhão Gado de cria cruzado, e a cavalhada tordilha O opa-opa se ouve, da conta e da reconta Deu certo talha e sobre-talha, é sempre boa notícia “Volve despacio” pras “casa”, alma crioula sob a boina Atalha a frente costeando a ramada de um taperão Que mui lhe “gusta” esta hora, mete o pé nas “alpargata” Jujando a erva de um mate frente a porta do galpão Compreende agora o porquê de sua alma “rumbeadora” É a mesma alma do céu que “emponcha” o verde dos pastos Que as recorridas de campo garantiram em suas marchas Querência grande sulina do coração do meu pago