O Amaro estava avisado Que o Léco, por estes dias Ia devolver o seu mouro Do embarcador do Seu Louro É no mais um espantão Pra ele ir rumo ao cancelão Da estância Sete de Ouro Costume eterno do pago Este de emprestar cavalo Se está a pé um companheiro Costado tão corriqueiro Que alguém faz sem pedir nada Num vai e vem de quarteadas Entre favores campeiros E a gauchada, mateando Segue charlando este assunto Porque o seu mundo é o rincão Foi agora este verão Que eu vi o Léco uma volta Lá pela estância da Bota Junto co'o Jóca Tirão Amadrinhando num mouro Um orelha de tesoura Meio torto de uma mão Um marca de Coração? Eu conheço este cavalo Este é o mouro do Amaro Um que é rédea do Ramão No que pisa o corredor E o Léco faz um bichinho 'Garra' pra estância certito Num trotão… Num trotezito 'Despois' ao passo e costeando Feito alguém que está chegando De uma viagem, solito Relincha e ronda a cancela E alguém agarra um buçal De algum gancho do galpão E no mais... Fica, pois não Outro causo pra essas horas De jogar conversa fora Com assuntos do meu rincão