FLORESTA MORENA André Roberto Carvalho André Roberto Carvalho vem, vem, vem, vem morena vem dançar nessa noite o veneno é balançar carnaval noite inteira vadiar cai em mim cirandeira cirandar acende o candeeiro com teu fogo e ilumina a sede do teu corpo moreno molhado a bailar canga semitransparente não mente rijos balangandãs varando madrugada adentro desmaio manhã que intimidade é essa a minha e a tua no verão nessa floresta onde somente a lua entre uma e outra fresta nossa festa cultua meu pelo pela tua pele bocas buscam provar segredos de floresta morena vou te desbravar no cume da montanha deu a brincadeira cravados despencamos de uma cachoeira nós dois em queda livre num cenário surreal ninguém jamais viveu oh morena loucura igual a um beijo e a um afago no peito a queda deu lugar na mansidão de um lago em seu leito vamos descansar