Canta, Viradouro! Consagra a santa que o povo aclamou Eleva ao seu altar a divindade Pra inundar os corações de amor Marejou em seu olhar A emoção que desaguou em profecia Menina courana, raiz africana Infância roubada no conflito emocional Águas turvas, mares turbulentos Visões assombradas paraíso infernal Brota uma linda flor A rosa negra em nosso chão rebatizada Vendida às minas na fome do ouro A triste sina de viver na escravidão Corpos pretos violados, oferenda Ao maior dos pecados, o divino perdão Gira a saia, gira rosa a luz do luar Dama da noite veste ouro pra dançar Poder ancestral, fumaça e magia Ao som do batuque no acotundá Alma pura sob a luz de Madalena Prega amor e a caridade aos seus irmãos Misticismo, possessões e liturgia Ventos celestias espantam a aflição A flor devota filha de santanna Da empatia pela dor à comunhão Beata por sua jornada Sagradas palavras vêm de suas mãos Ao lado de um rei subiu aos céus Viu no dilúvio a salvação da humanidade O império brasileiro florescer E refletir sua divina imagem