Tive meus olhos arrancados pelo tempo Mesmo podendo sentir não podia ver O gosto amargo saindo da minha boca Como balas em fúria Dilacerando quem está em minha frente Estar ali e não saber como sair Se tornou minha maior batalha O céu azul ficou negro Meus passos curtos mostram medo Cuidado onde pisar Vida entre as farpas Acostumado a lutar com os olhos abertos Hoje me escondo pra não escorregar Nas minas da discórdia De onde vem Não posso estar falando besteira Em meio de muitos idiotas Sou mais um em meio de muitos Então porque julgar Olhe pra você Você não é mais do que eu Vim do pó e do pó você também voltará Você que ri da minha cara Que pisa no mesmo chão que eu Você que vê com os olhos da discórdia Chora agora quem vai embora Enquanto eu rio sem ver a sua queda Pela desgraça dos seus olhos da desgraça