Toda a cidade flutua No mar da minha canção Passeiam na rua Pedaços de lua Que caem do meu balão Deixem lisboa folgar Não há mal que lhe aconteça A rir e a cantar Cabeça no ar Eu hoje perco a cabeça! Lisboa nasceu Pertinho do céu Toda embalada na fé Lavou-se no rio Ai, ai, menina Foi baptizada na sé Já se fez mulher E hoje o que ela quer É cantar e dar ao pé Anda em desvario Ai, ai, menina Mas que linda que ela é Dizem que eu velhinha sou Há oito séculos nascida Nessa é que eu não vou Por mim não passou Nem a morte nem a vida Um pagem me fez um fado Um váli me leu a sina Não ter namorado Nem dor nem cuidado E ficar sempre menina