Mãe terra há de querer Areia esconde o anzol Teu corpo água e sal de beber De tuas mãos vem a revolução Por sua imagem tão doce se vê A prece do trabalhador O Sol latejando no monte Menino batendo tambor E a nuvem de chuva se vai Tem a água pingando do lado, cadê? Tem donana batendo o machado, pra que? Seu ari tá fechando o mercado, por quê? E o moleque tá desidratado, vem ver! Tem gado morrendo de fome A sede matando homi A ‘indústria da seca’ consome E o pouco que eu tenho me some E a nuvem de chuva se vai Pede em prece Mande oxum que é pra lavar o sertão Mande oxum que é pra cuidar do sertão Quando eu voltar pra lá Não verei mais o irmão que eu deixei Uma gota de chuva do céu Encontra a fissura do chão Depois outras tantas disparam Trazendo esperança aos irmãos A terra parece que chora Um rio descendo em vão Oxum lá de cima implora Cuidado, amor e oração! E a nuvem de chuva que vem Pede em prece Mande oxum que é pra lavar o sertão Mande oxum que é pra cuidar do sertão Quando eu voltar pra lá Não verei mais o irmão que eu deixei Mande oxum que é pra lavar o sertão Mande oxum que é pra cuidar do sertão Quando eu voltar pra lá Não terei mais o sertão que eu sonhei Que eu deixei!