Dedicado ao Complexo do Âncora Em memória de Lorran da Conceição Gomes Pela rua das papoulas desço o padre Chego em casa e dou um abraço na coroa Não poupo os detalhes, não gasto tempo à toa Se quiser se manter firme valorize as pessoas Vou visitar minha irmã e atravesso o valão Com a bike empoeirada da terra do próprio chão Prefeitura sem noção, prefeito é mó cuzão Esquece da favela e lembra em ano de eleição Aqui não tem tempo ruim, porque não tem tempo bom Belas casas pra alguns e outros nem tem colchão Em Jesus procuram luz, outros nessa multidão Foda que as vezes o que conduz a vida é um oitão Meu senhor, nos dê uma boa educação Porque até hoje recebemos só ódio e frustração Tamo driblando a solidão E pra quem se perdeu eu clamo pelo teu perdão, (por favor) Sei que ainda tem salvação Pro Âncora, que é o meu buquê de flores Cravos, rosas ou camélias Sinto todos os odores e horrores Lírio da paz, cheiro de dama da noite Eu conto com a sorte pra voltar pra casa hoje No Âncora, que é o meu buquê de flores Cravos, rosas ou camélias Sinto todos os odores e horrores Lírio da paz, cheiro de dama da noite Eu conto com a sorte pra voltar pra casa hoje E jantar com a minha mãe depois de um tempo distante Enquanto eu penso no futuro e em tudo que já vi antes Componho no mesmo instante, tiro os livros da estante Busco algo que me encante e só caneto algo brilhante Com as ideias que eu tenho e o mundo como eu vejo Gotas de chuva caindo espalham o sangue vermelho Na calçada. Na calçada... Do Âncora Que é o meu buquê de flores Cravos, rosas ou camélias Sinto todos os odores e horrores Lírio da paz, cheiro de dama da noite Conto com a sorte pra voltar pra casa hoje No Âncora, que é o meu buquê de flores Cravos, rosas ou camélias Sinto todos os odores e horrores Lírio da paz, cheiro de dama da noite Agradeço a sorte pude voltar pra casa hoje Amém