Deixas-te levar pela semente do medo Incauto da fonte do seu poder Deixas encenar os penosos enredos Que têm por sinopse o teu sofrer Deixas-te levar em negócios incertos Sonhos reciclados, em segunda mão Melhoras a bom preço Pagas por monstros O herói por vilão Ah, a semente do medo e o seu fulgor Ah, a semente germina em teu redor Ah, a semente do medo e o seu calor Ah, a semente levanta o véu A semente germina o seu sabor A luz da Lua cheia Desenha sombras no chão Que a chama de uma vela faz ganhar em dimensão O soalho range ao longe Com passadas de quem vem E arrastam-se correntes penduradas no além Mas esfrega os olhos Tapa os ouvidos Seca todos os teus sentidos Cala a imaginação Que o dia arrancou roendo nos recantos Mais sombrios da mansão Wooh Ah, a semente extinguiu-se no alvor Ah, a semente do medo perde a cor Ah, a semente largou o seu poder Ah, a semente morreu sem ti A semente morreu sem te vencer